Naquele final de tarde, fiquei parada olhando o trânsito. “O que eu faço? Como ele descobriu?” Minha cabeça estava rodando e tive uma sensação de desmaio. Segurei-me e fiquei por alguns instantes recuperando o fôlego. Ainda estava tentando entender o que estava acontecendo. Desci as escadarias do metrô, tonta e novamente olhando e encarando as pessoas. Podia ser qualquer um! Sentei-me no banco e não via a hora de chegar em casa. Meu olhar se perdeu novamente. O celular toca e tomo um susto, é a Manuela.
- Rô, onde você está?
- No metrô – respondo, quase chorando.
- O que houve? Você saiu correndo!
- Nem te conto, preciso de uma amiga, passa lá em casa?
- Claro!
Desligo o celular um pouco aliviada. Preciso de ajuda... Muita ajuda.
Hotel... Cerca de oito horas depois...
- O que você quer?
- Você vai saber, logo.
- Não!
Ele Se aproximou novamente de mim. Por mais que eu tentasse ver através daquela venda era inútil.
- Venha comigo e continue com as mãos para trás.
Ele me levou a outro cômodo e me deixou sentada na cama. Senti um cheiro diferente no ar, amadeirado e senti mais uma presença. Meu coração acelerou novamente.
- Roberta, tem mais alguém com a gente.
- Como assim? Você não disse nada sobre isso! Eu não tenho dinheiro, eu...
Ele colocou o dedo em minha boca e pediu para que eu calasse. Obedeci e fiquei paralisada. Passaram-se alguns segundos e senti uma mão me tocar nas costas.
- O que é isso?
- Calma, relaxa, já disse.
Senti uma seda me tocar, estava de luva macia. E eu ainda tremia de frio e continuava muito nervosa e aquele toque me deixou mais agitada ainda. Aproximou-se mais ainda a ponto de eu escutar sua respiração. Comecei a ouvir uma musica diferente, parecia árabe, Lounge. A pessoa tocou meu pescoço e meus ombros num movimento de vai e vem. Eu tentei me desviar daquelas mãos, mas eram insistentes demais. Eu continuava sentada com os braços para trás, em apoio. Começou uma massagem lenta, mas forte, tentei argumentar algo para que parasse.
- Sede! - eu disse.
Escutei os passos de Leonardo, ou seja lá quem for, indo para outro lugar. Quando voltou pediu-me para abrir a boca. Abri, meio receosa, e aquele tecido tocou meu queixo delicadamente e colocou o copo nos meus lábios. Gotas geladas escorreram e tocarem meu peito.
- Obrigada.
Escutei barulho de uma garrafa sendo aberta e copos sendo tocados.
- Por favor, confie em mim!
Novamente aquele toque delicado no meu queixo e um cheiro de vinho. “Não vou beber” - pensei - “O que será que eles colocaram lá?” Virei o rosto.
- Não tenha medo, não tem nada além de vinho... Confie em mim.
Eu ainda não confiava nele, mas aquelas mãos fizeram um carinho no meu rosto e não resisti. Tomei um, dois... três goles. Parecia branco, espumante e um calor invadiu meu corpo e tentei me acalmar.
- Quero mais!
Fui atendida e bebi mais três goles. Já estava mais relaxada e pensei no que viria a seguir. Aquela musica era hipnotizante e inclinei a cabeça para trás e deitei-me. Senti o mesmo tecido do meu algoz na cama, macio e aconchegante. Então senti uma pressão nos meus ombros, aquelas mãos de novo. Massageavam sem parar e pensei em gritar e sair correndo, mas ia ser pior... Enquanto aquelas mãos trabalhavam, eu imaginei muitas coisas pra sair de lá, mas na verdade, eu estava me entregando. Não pensava em mais nada, apenas queria sentir. Pegou o meu rosto e massageou-o. Passou por minhas orelhas e desceu novamente ao pescoço. Fiquei toda arrepiada e escutava suspiros, Quem seria a pessoa da luva de seda? Um homem? Uma mulher? Já não me importava, nem mesmo com aquela venda. E comecei a chamar essa pessoa de “Você”. Tocou meus seios e meus bicos estavam enrijecidos. Eu comecei a me contorcer e a suspirar. A pessoa os apertava e massageava.
- Por favor, mais forte!
Fui obedecida prontamente. “Você” apertou mais forte e isso me deixou facilmente molhada. Eu sabia que Leonardo estava por perto, provavelmente sentado e se deliciando com aquela cena. Senti então um beijo na barriga, me assustei, a principio, mas, depois, gostei. Ouvi o barulho da garrafa do vinho e pensei: “será?” Um líquido gelado tocou minha barriga, soltei um suspiro, quase gritei. Então senti sua língua quente, como se estivesse bebendo um poço quase seco. Novamente escutei barulho de garrafa, copos e de alguém bebendo o vinho. Senti dessa vez aquele líquido cair em um dos meios seios e, depois, no outro, e logo em seguida aquela língua sugando-os e mordiscando-os. O que estava acontecendo comigo? Não me reconhecia mais: aquela moça certinha que ficava corada com olhares, naquela noite deixou de existir. O que “Você” fez comigo? Então, novamente, fui surpreendida por aquelas mãos nas minhas coxas e depois me tocando lá. Eu senti algo que jamais tinha sentido antes. Com um toque suave, virou-me de bruços. Colocou um dedo e depois dois. Um movimento de vai e vem, ordenado, me deixava excitada demais. Uma de suas mãos repousava no meu bumbum e a outra trabalhava sem parar. Eu abri mais minhas pernas, empinei meu bumbum e balançava-o para os lados tentando acompanhar. “’Você’, quem é você?” Ai, colocou um dedo no meu apertadinho. A principio, não queria, depois a coisa foi ficando gostosa. Eu gemia e mordia os lençóis, era incontrolável a sensação que sentia. “Você”, então, parou subitamente e quase reclamei. Senti, então, aquela língua quente se enroscar por entre minhas pernas e chupar-me. Indescritível o que senti.
- Mais forte, por favor!
Eu abri mais as minhas pernas, queria “Você” dentro de mim. Aquela língua me deixou doida e eu murmurava sem parar que queria gozar. Mas de repente, “Você” parou e eu perguntei: “por quê?”
“Você” beijou minhas costas várias vezes, me virou e me beijou. Um beijo que jamais vou esquecer: Profundo, quente e apaixonado. Não tinha gozado ainda e fiquei esperando “Você” terminar. Mas, nada... Tudo silenciou.
-Olá! Leonardo? “Você”?
Fiquei mais alguns instantes assim e ouvi portas se abrindo e fechando. Assustei-me com o barulho e tirei a venda. Olhei para o lado e vi um envelope vermelho em cima do travesseiro, junto com uma rosa. Antes, peguei mais um pouco de vinho e bebi três longos goles. A carta dizia:
- Roberta, eu tinha certeza que você ia gostar. Mas, não acabou. Aguarde meu contato. Tudo está pago, inclusive o taxi que está te esperando lá embaixo para te levar para onde você quiser. Ass.: L & E
L: Leonardo. Mas quem será...E?
(Continua...)
Cazador
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