O PROVADOR

Helena entrou na loja no final da tarde. Pouca ou quase nenhuma movimentação. Para ela, só restava aquele horário, antes da loja fechar. Entrou e ficou procurando algum vestido para uma festa de uma amiga.

“Algo informal” - pensou.

Olhou em volta e viu um vestido preto sobre uma bancada cheia de roupas que outros clientes já tinham experimentado. Foi correndo, meio desajeitada, quando passou em frente ao espelho. Deu um passo para trás e olhou-se um pouco. Estava com um coque “banana” prendendo os cabelos, que se soltassem viriam até o meio das costas.

- Nossa engordei! - disse baixinho - Agora preciso achar um que me deixe mais magra!

Helena ajeitou seu terninho azul escuro que estava amassado devido as horas sentada em sua mesa. Usava uns óculos com armação preta que a deixavam mais séria do que deveria e  esforçavam para esconder a mulher atrapalhada que era. Viu a marca do café que deixou na coxa direita e lembrou, horrorizada, a origem dessa mancha escura que cobria parte do seu terninho. No trabalho, derramou todo o seu café em cima de uma planilha de produção, na mesa do seu chefe, na roupa dele e em si própria.  Seu desespero foi tanto naquele momento que achava que estava tendo um pesadelo e que iria acordar  a qualquer momento. Mas, para seu horror, além do seu chefe, estava cercada de mais umas dez pessoas, além de clientes.

- Meu Deus! Ainda bem que sou boa no que faço! Se não...ele já tinha me mandando embora.

Olhou-se mais um pouco e gostou do que via...

- Acho que meu chefe quer me comer! – sorriu

Deu uma virada brusca e seu salto quebrou. Desequilibrou-se e caiu no chão,  soltando um gritinho. Ajoelhou-se e seus óculos foram arremessados para longe.

- Ah...não!  Só me faltava essa, hoje!  

Ficou desesperada atrás dos  óculos. Suas mãos tentavam desesperadamente encontrá-los. Ouviu passos lentos em sua direção, só que não conseguia enxergar nada. Viu então uma mancha preta na sua frente, mas não conseguia saber do que se tratava. Foi quando percebeu que eram sapatos pretos e bem lustrados. Olhou pra cima e conseguiu vez que era alguém com um terno preto.

- Posso ajudar? - alguém lhe estendeu a mão e praticamente a carregou para cima. Ela desequilibrou-se novamente e se abraçou naquela pessoa.

- Ah...me desculpe e obrigada!

Ele entregou seus óculos e assim que ela os colocou pode visualizar seu salvador.

- Senhorita, sou Fernando, posso te ajudar em algo?

- He..le..na....

Ela pode então ver o deus grego que a tinha salvado: Um rapaz alto, cabeça raspada olhos negros e penetrantes. Queimado de sol e muito gentil... “Seria um sonho dessa vez?”

- Sim, pode... eu estou precisando de um vestido preto.

- Sim, claro me siga!

      Helena andava meio sem jeito por causa do salto quebrado. Tirou os sapatos e andou descalça.

- Que tipo de vestido você precisa? - o rapaz virou-se repentinamente e Helena literalmente trombou com ele.

- Vestido?  Ah, sim....vestido...- respondeu, ela, sem jeito e ainda atordoada com a situação.

- Uma festa, vou a uma festa.

- Que tal esse?

- Sim, bonito...quanto é?

- R$350,00

- Humm....carinho né?

- Posso garantir para a senhorita que você ficará deslumbrante nele. - aquele rapaz olhou-a  e a fez lembrar do seu chefe. “Será?” -  Helena ficou hipnotizada por alguns segundos olhando pra ele.

- Onde posso experimentar?

Fernando acenou com a cabeça direcionando seus olhos para trás de Helena, para o provador.

- Ah, sim claro - sorriu

A loja estava praticamente vazia e o provador estava localizado no canto, atrás de um balcão enorme. Ou seja, estava escondido.

Helena entrou no provador e a princípio achou pequeno. Tirou o terninho azul, olhou para ele com desprezo.  “Você me deu azar hoje! Vou me livrar de você assim que chegar em casa!” Quando estava tirando o sutiã, os óculos ficaram presos nele e, novamente, caíram no chão.

- Ah...de novo não!

Ela ajoelhou-se e quando subiu, recuperando seu bem mais precioso naquele momento, percebeu algumas fotos na parede do provador. “O Que será?” Colocando os óculos viu uma foto de uma mulher toda amarrada e fazendo sexo oral em um rapaz. Helena tomou um susto e deu um pulo para trás caindo de novo, só que sentada.

- Está tudo bem? - perguntou Fernando preocupado.

- Sim..tu..doo. -  Helena olhou para a parede e pode ver outras fotos pornográficas.

- Mas, o que é isso?

Embaixo de uma das fotos pode ver um nome.

- Love in Êxtase? Mas...mas...onde estou?

Helena abriu devagar a cortina que a separava do resto da loja. Olhou para o lado e tentou identificar onde estava. Em uma prateleira pôde ver alguns consolos de diversos tamanhos. Em outro, calcinhas comestíveis – “Comestíveis? Mas...como?” -  revistas, cds...videos. "Meu Deus...isso é um sex shop. Como consegui entrar aqui?" Não tinha certeza, mas na pressa, e do jeito que se conhecia, sabia que isso era possível.

- O que faço, meu Deus?

- Senhorita, está tudo bem?

- Sim, sim está sim...só um momento.

Helena teve um mau pressentimento e pegou o vestido. Olhou para ele e nada de anormal. "Bonito, elegante" – pensou, foi quando o virou e viu que tinha um furo atrás, onde possivelmente era à saída do bumbum.

- Meu Deus! Meu Deus!

- Senhorita?

- Tudo bem...que vestido lindo não? - disse nervosa.

- É a ultima moda nas festas GLS...vão gostar de ter ver vestida nele.

- Tenho certeza que sim.

Helena não sabia exatamente o que fazer. Sentou-se meio desanimada e olhou as fotos do provador. Tinha de tudo: Duas mulheres se beijando, dois homens transando com uma mulher. Um casal em cima da mesa da cozinha - "Nossa como eles conseguem?" - Pensou e soltou uma gargalhada. Viu outras fotos e uma chamou atenção: Um rapaz moreno abraçado a uma mulher linda, nus, deitados no chão. Olhou de perto e pode ver que era o rapaz da loja que a estava atendendo. Ficou toda arrepiada vendo aquela foto. Começou levemente a se tocar, primeiro os seios. Ficou imaginando ele, beijando e tocando seus seios. Depois desceu as mãos,  imaginando ser o  rosto dele por entre suas pernas, a beijando e chupando. Ela fechou os olhos e começou a suspirar. Não se importou com mais nada, nem onde estava e se alguém podia ouvi-la. Colocou o dedo na boca e imaginou o membro dele. Pode perceber alguém se aproximando por trás da cortina e ficou parada por alguns instantes. “Era ele?” A cortina abriu...

- Acho que agora, posso te ajudar - Fernando sorriu.

- Sim, pode sim!

Ela sentada ainda, abriu o zíper da calça dele e pôde notar seu membro já duro. Helena o beijou e depois lambeu. Por ultimo o chupou ao mesmo tempo em que olhava pra ele através das lentes dos seus óculos.

- Helena, que delicia! Como você faz gostoso!

Fernando pegou Helena pelo coque e com carinho a puxou para ele. Beijou-a com força.

- Agora é minha vez. 

Virou-a de costas, desceu sua calcinha e a chupou. Helena ficou apoiada com as duas mãos na parede do provador. Aquela posição a deixava mais excitada. Fernando beijava e acariciava aquele bumbum macio. Helena gemia muito e queria congelar aquele momento para a eternidade. Ao mesmo tempo olhava para as fotos, o que a deixava mais doida ainda.

Ele puxou Helena e a sentou no seu colo.  Penetrou-a daquele jeito, encostando Helena na parede.

- Você  faz isso sempre com suas clientes?

- Só com as especiais.

Helena ficou de quatro e Fernando a penetrou mais fundo. Ela soltou um gritinho de prazer.

- Gosta assim, de quatro?

- Eu adoro...me come, me come! - disse Helena já em êxtase. 

Os óculos dela caíram de novo.

- Meu óculos!

- Você não vai  precisar deles agora!

- Ah...tão gostoso...gostoso! - repetia ela.

Fernando a abraçou e tocou seus seios enquanto continuava o vai e vem. Encostou sua boca em seu ouvido e disse coisas que Helena não entendia. Mas, a deixavam mais louca.

- Vou...vou.....- antes de completar a frase, ela gozou e logo em seguida Fernando.

A loja já fechara, e o dois ainda permaneciam no provador...relaxando.

- Nunca tinha feito isso antes!

- Você é mais linda sem óculos!

- Ai, meu Deus, onde estão eles?

Nesse momento ela pode perceber mais passos. Ficou assustada e Fernando a acalmou.

-  Calma, já sei quem é...

- Um rosto apareceu por entre a cortina, mas, Helena ainda não sabia quem era. Achou  os óculos e a reconheceu: era a moça da foto que abraçava Fernando.

- Olá! - disse.

- Oi -  responderam os dois, simultaneamente

- Helena, quero apresentar Juliana, a proprietária do estabelecimento.

- Proprietária?

- Sim - disse Juliana. -  Posso, entrar?  - com olhar malicioso

Helena olhou para Fernando e sorrindo pensou:

”Foi a melhor atrapalhada que já me envolvi!”

                                       (Continua...)                            

                                 

                                Cazador